sexta-feira, 23 de março de 2012

A vítima

A brisa carrega o peso da culpa
A culpa que ninguém suspeita
O sorriso que esconde os erros
É o mesmo que trava a alegria

A melodia inacabada
Que seria uma homenagem
Um único sopro de vida
E o congestionamento universal

As compras ainda em cima da mesa
Deixam tudo aparentemente normal
Se as árvores estivessem em outro lugar
Talvez fosse sinônimo de vida
Entretanto é igual à culpa, erro e remorso.

 A chuva é as lagrimas dos anjos
O vento é a brincadeira de cola cola da culpa e da inocência.
E eu só queria ser a vitima.

Ana Menires

quarta-feira, 21 de março de 2012

Borboleta da Alma

Meu corpo não aguentava tanta dor. Eu preciso correr e me livrar desse infinito vazio que assombra meu universo de perfeição. A caminhada é dura! Corro e os cascalhos rasgam meus afáveis pés descalços. Sigo sem rumo, sem destino certo e muito menos esperança. Onde estão meus sonhos? Onde estão meus amigos? Minha família? Vejo os restos do que um dia foi uma vida e só penso em fechar os olhos e me lançar nesse imenso precipício de dor e escuridão. Oh...meu coração lateja cada vez que as lembranças embaralham minha mente como um jogo viciante de ilusão! Em meu vestido branco continuo caminhando entre árvores na floresta...só quero encontrar o caminho do sol. Mas, não consigo encontrar uma solução para isso. A tormenta retorna, a dor lateja mais profunda em meu peito e perco os sentido de vez. Deitada no chão completamente gélido só consigo observar no céu uma linda forma viva e leve... A morte está perto e nos últimos instantes de consciência apenas ouço o bater das asas daquela linda, delirante e perfeita borboleta!

Paloma Viricio

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